sexta-feira, 15 de abril de 2016

"Trova do Vento Que Passa"

Conta-se que numa noite, em plena Praça da República em Coimbra, Manuel Alegre, acompanhado por Adriano Correia de Oliveira, exprimia a sua revolta:

«Mesmo na noite mais triste/ Em tempo de servidão/ Há sempre alguém que resiste/ Há sempre alguém que diz não».

E Adriano Correia de Oliveira disse «mesmo que não fiquem mais versos, esses versos vão durar para sempre.E depois o poema surgiu naturalmente». Tinha nascido a Trova do vento que passa.

«Tentou encaixar-se aquelas trovas no fado tradicional mas não dava. E, de repente, o António Portugal saiu-se com aquela música. Percebemos que estávamos perante uma coisa única»

Três dias depois vieram para Lisboa, com Rui Pato, para uma festa de recepção aos alunos na Faculdade de Medicina. Manuel Alegre fez um discurso emocionado, depois Adriano Correia de Oliveira cantou e quando acabou de cantar:

«foi um delírio, teve de repetir três ou quatro vezes, depois cantou o Zeca, depois cantaram os dois. Saímos todos para a rua a cantar. A Trova do vento que passa passou a ser um hino».

in Eduardo M. Raposo - Cantores de Abril


Estreia da "Trova do Vento Que Passa" em 1964 na cantina do Hospital Stª Maria.

Com Rui Melo Pato, Adriano Correia de Oliveira, António Portugal e Zeca Afonso (1ª foto) e Manuel Alegre (2ª foto)





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