quarta-feira, 14 de abril de 2021

Biografia

Adriano Correia de Oliveira

Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira era filho de Joaquim Gomes de Oliveira e de sua mulher, Laura Correia. Adriano mudou-se para Avintes ainda com poucos meses de vida. Criado numa família profundamente católica, a infância de Adriano Correia de Oliveira é marcada pelo ambiente que descreverá mais tarde como «marcadamente rural, entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o rio [Douro]». Depois de concluir os estudos secundários, no Liceu Alexandre Herculano, no Porto, Adriano Correia de Oliveira matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959.

Durante os anos passados em Coimbra, tem uma intensíssima participação no meio cultural e desportivo ligado à academia. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico, membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, ator no CITAC, guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa (já em Lisboa iria representar o S.L. e Benfica).

Na década de 1960 adere ao Partido Comunista Português, envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.

O seu primeiro EP é de 1961, 'Noite de Coimbra', com António Portugal e Eduardo de Melo à guitarra portuguesa, e Durval Moreirinhas e Jorge Moutinho à viola.

Em 1964 grava o EP 'Trova do Vento que Passa' acompanhado por António Portugal e Rui Pato. A 'Trova do vento que passa', poema de Manuel Alegre, iria tornar-se uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditadura.

Em Outubro de 1966 casa-se em Lisboa fixando aí residência, com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite (Coimbra, Taveiro, 11 de Outubro de 1917 - Coimbra, 22 de Março de 2000) e de sua mulher Maria Margarida de Seixas Nogueira de Lemos (Salsete, São Tomé, 13 de Junho de 1923), depois casada com Carlos Acosta. O casal, que mais tarde se separaria, veio a ter dois filhos: Isabel, nascida em 1967 e José Manuel, nascido em 1971.

Chamado a cumprir o Serviço Militar entre 1967 e 1970, Adriano Correia de Oliveira tentou retomar o curso de Direito, embora sem resultados práticos. Já licenciado da tropa, vai exercer funções no Gabinete de Imprensa da FIL - Feira Industrial de Lisboa, até 1974.

Ainda em 1969 vê editado o álbum 'O Canto e as Armas', revelando, de novo, vários poemas de Manuel Alegre. Pela sua obra recebe, no mesmo ano, o Prémio Pozal Domingues. Lança 'Cantaremos', em 1970, e 'Gente d'aqui e de agora', em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, e composição de José Niza. Em 1973 funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu, em 1974.

Com a Revolução dos Cravos, Adriano Correia de Oliveira está entre os fundadores da Cooperativa Cantarabril. Em 1975 lança 'Que nunca mais', onde se inclui o tema 'Tejo que levas as águas'. A revista inglesa Music Week elege-o Artista do Ano. Em 1980 lançaria o seu último álbum, 'Cantigas Portuguesas', ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em ruptura com a Cantabril.

Vítima de uma hemorragia esofágica, morre em 16 de outubro de 1982, na quinta da família, em Avintes, nos braços da sua mãe.

A 24 de Setembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade e a 24 de Abril de 1994 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, ambas as condecorações a título póstumo.

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