sábado, 30 de abril de 2016

Adriano em Angola

Diz Fausto:

«Em 1975, o MFA convida-me a mim, ao Zeca e ao Adriano para irmos a Angola. Fomos cantar e tocar em sessões prioritariamante dedicadas aos soldados portugueses que lá estavam, com os acordos de Alvor ainda frescos (Janeiro de 1975).

O espetáculo na cidadela de Luanda teve mais de vinte mil pessoas. Além de nós, actuaram o Rui Mingas, o Tonito, Lamartine (Carlos) e um conjunto angolano, Merengue. Viajávamos num avião da Força Aérea e fizemos espetáculos em Cabinda...»

(in Zeca Afonso - "Livra-te do Medo" de José A. Salvador)

... E foi em Cabinda que conheci Zeca Afonso, Adriano e Fausto. Tinha vindo da floresta do Maiombe, de Tando Zinze propriamente dito, onde tínhamos o aquartelamento, aquartelamento esse que foi entregue ao MPLA. Aguardava no B.Caç.11 (Gorilas do Maiombe) embarque para Luanda onde iria passar à disponibilidade quando fomos convidados para irmos ao Cinema Chiloango onde iriam cantar o Zeca, Fausto e Adriano.

O Cinema Chiloango estava apinhado de soldados. Eu sentei-me fardado na escadaria que dava acesso ao palco. Quem apresentou Zeca, Fausto e Adriano foi um antigo capitão meu que de mau capitão, pois roubava-nos o pré na recruta, passou a "revolucionário". "Trova do Vento que Passa", "Os Vampiros" e tantas outras canções que ouvia no meu gravador passaram por aquele palco.

Última canção... "Grândola, Vila Morena". Aqui o Zeca pediu para quem quisesse, subir ao palco para cantar com ele. Mal tinha acabado de dizer isto já eu estava com o meu braço enlaçado no dele. E foi assim que em janeiro de 1975, os conheci pessoalmente.

Foto cedida por José Francisco Santos Miguel:

Zeca Afonso, Fausto e Adriano na cidadela em Luanda. 25 de janeiro de 1975

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